domingo, 26 de julho de 2009

Ah, tem dias que você se acha um E.T....

Tem dia que a sensação de que as pessoas estão errando muito me incomoda profundamente...

Ontem, deixei Manuela com o pai e fui pra faculdade fazer a prova exigida pela "dita" professora de "formação docente"...Foi surreal! A professora estava sorrindo, como se tudo estivesse bem e disse ter esquecido minha prova e perguntou se eu poderia voltar no outro sábado...Vocês não imaginam o tamanho da minha indignação...Informei-a de que eu havia reclamado formalmente dela e ela me disse não entender o motivo, afinal "eu tinha q ter me comunicado com ela sobre avaliações"...E, eu, professora, envergonhada pelo que via outra professora fazer...

A prova redigida por ela foi muito abaixo da linha da mediocridade. Talvez, ela tivesse receio que eu não tivesse estudado tudo...Não sei se eu me irritava mais pela prova que eu realizava, numa perda de tempo insana ou pelo seminário dos alunos de pós em educação para crianças, que não conseguiam dizer uma única frase respeitando a língua portuguesa!!!!!!! Abaixo do aceitável, de uma superficialidade negligente, enfim, muito abaixo do que eu acho que deva esperar dos professores...

Eu pensei muito nessas insanidades que se manifestam em qualquer lugar, mas que parecem ser vistas e sentidas influenciadas por lentes de aumento na sala de aula...Cada vez mais gente que não sabe nem porque fala português ao invés de japonês; cada vez mais gente que não sabe ouvir um "não", que acha que o mundo existe para seus próprios interesses, uns mimados; um exército de alunos que não valorizam minimamente a educação, o conhecimento, que não tem em que ajudar socialmente; que serão futuros dependentes dos pais, ou parentes ou do governo...

No documentário da Farrah Fawcett sobre sua luta contra o câncer, ela fez uma pergunta...Por que alguns tipos de câncer são tão pouco estudados...Porque se estuda muito pouco, porque pra cada profissional existe um monte de gente inútil...Digo inútil porque não ajudam em nada a sociedade. Não ajudam a curar pessoas, não ajudam a construir moradias, limpar a água, ajudar a natureza, não ajudam a pensar, a educar...Nada! Ficam em casa às custa dos parentes, ordenando-lhes no que fazer para seu exigente conforto material e pensando nas baladas e em como protelar cada vez mais o dia em que terão que arranjar um emprego...

As pessoas continuam criando filhos inúteis...Mas, se antes trabalhar era um processo natural, agora, cada vez mais os filhos estão sendo criados para serem eternos..."filhos"...Como o filho da Farrah que ao invés de ter se tornado mais uma cabeça a pensar, está preso por envolvimento com drogas...Será que a Farrah achava que os filhos de outras tantas mães deveriam estar estudando a cura para o tipo de câncer que ela teve? Porque o filho dela não fazia nada da vida até ser preso...Ela poderia saber a resposta da pergunta feita, mas ela, como muitas pessoas, acham que só existem inúteis, rebeldes, marginais, ignorantes na casa dos outros...

E todos se encontram numa sala de aula...

Desculpem, sei que esse não é o propósito desse blog, mas, eu tenho uma filha. E minha avó foi a segunda médica de Belém do Pará, no início da história do ensino universitário no Brasil. Cinco dos seus oito filhos tem ensino universitário (2 morreram antes da idade para a faculdade). Daqueles oito filhos, meu pai não tinha o movimento do lado esquerdo do corpo, e por isso foi impedido de cursar medicina. Mas, tornou-se famacêutico bioquímico, tesoureiro de um hospital, chefe da farmácia de hospital, tinha uma distribuidora de remédios e era professor, coordenou a fundação EDUCAR em Belém. Meu pai jamais ensinou alguma coisa errada pra nós. Enquanto meu pai esteve vivo, ele deu o maior exemplo da minha vida. Ele era competente, inteligente e não suportava mediocridade. Por causa da educação que eu tive é que eu não admitiria não me educar, não me esforçar e dar passos pra trás de tudo o que ele realizou na vida.

Filhos existem pra continuar adiante após os pais. E esse é o maior valor que meu pai me deixou, porque ele não era medíocre, ele era muito bom em tudo o que fazia!
E o pai da Manuela é inteligente, é muito competente, é lúcido politicamente e é um exemplo a ser seguido, também. E é esse tipo de valor que minha filha terá, de amor, educação e independência. É nessa educação que eu confio.
Beijos
Gilda

Um comentário:

Andréa Rocha disse...

Adorei o teu texto sobre a educaçao, Gilda! Posso copiar uma parte? Reproduzindo a fonte, é claro!