terça-feira, 27 de novembro de 2012

Leitura, leitura para nossas crianças!



Sabem os livros que líamos na escola? Pois é! Sempre houve uma crítica ao ensino de transmissão de conteúdo de livros, que o ensino não podia reduzir-se a isso, que a concentração nos livros limitava por demais o ensino etc.
Bom, dos inúmeros professores que tive, alguns eram muito fiéis aos livros, outros exerciam maior liberdade e usavam o livro como um apoio ao aluno e não à aula. À medida que o ensino médio avançava, aumentava o número de professores mais apegados aos livros. Principalmente, os professores de história e geografia.
Em contrapartida, algumas escolas/colégios passaram a produzir seu material didático: menor e mais barato. Segundo aquelas escolas/colégios, a perspectiva de Piaget – construtivista, seria melhor aplicada através de apostila, com ênfase na autoavaliação do aluno.
Primeiramente, a perspectiva de Piaget pode ser dita como uma teoria sobre o desenvolvimento humano, que não teve por parte do Piaget uma versão para a pedagogia. E muitas escolas buscam a perspectiva construtivista, com ou sem apostilas.
Para quem estudou por livro, deve lembrar que ao final dos capítulos havia questões reflexivas, para o aluno abordar o conhecimento do capítulo. Para quem já acessou as apostilas, seus textos orientam a resolução de exercícios. O aluno não precisa ler um capítulo para compreender, basta o texto orientador do exercício.
Desculpem, não há como eu aceitar o ensino apostilado. Os alunos que estudam por apostila perdem a leitura técnica. As escolas fazem clubes de livros e eles lerão romances. Bem sabemos a enorme diferença nas leituras de um romance e um livro técnico.  A leitura permite ao aluno refletir em cima do que já ouviu do professor em sala. A apostila orienta exercícios.
A discussão em torno da transmissão de conteúdos não é uma discussão sobre livros ou apostilas. É uma discussão de metodologia de ensino. A professora pode usar muito bem um livro ou uma apostila. Porém, neste último caso, os professores não podem afastar-se à orientação apostilada, uma vez que ela é produzida dentro da escola. Até provas são fornecidas aos professores. E assim, muitos os professores lamentam a perda de autonomia em sala de aula...
Por outro lado, nunca os alunos estiveram tão bem na escola! As apostilas resolveram bem os problemas de aprendizado... Hã? Como assim? Sim! Os alunos treinam os exercícios e se preparam para as provas e assim, a escola virou um grande cursinho...
É muito triste que o interesse de mercado seja vendido como uma outra perspectiva construtivista e as apostilas sejam fornecidas como método de ensino para várias escolas. Olhem só! A escola compra as apostilas, as professoras passam exercícios aos alunos, e as provas são produzidas conforme as apostilas... É um pesadelo pedagógico... Professores sem autonomia, alunos que são treinados e avaliações equivocadas...
A leitura técnica é fundamental. Há um número assustador de pessoas que não compreendem textos técnicos, que interpretam errado. A leitura técnica é indispensável ao aluno. A escola não tem como fim o vestibular. Mas, com certeza, o aluno que lê bastante tecnicamente não terá dificuldade no vestibular. Há um conselho precioso aos pais: não se conformem ao aprendizado mediano para seus filhos. O que mais tem no mercado são profissionais medianos, com leitura fraca, escrita ruim, compreensão de texto e domínio lingüístico bem ruim...
Por outro lado, não creiam nas notas altas. As avaliações escolares são feitas por professores, pessoas que estudam muito, mas que também trabalham muito, e portanto, são passíveis de erros. Avaliem o que seus filhos sabem, como lidam com o aprendizado e o quanto o aprendizado agrega e muda na vida de seus filhos.
Educar, inspirar o filho, estimular corretamente é muito importante. Mas, fundamental mesmo é estimular no filho o prazer que o estudo pode propiciar. Porque ler não cansa, estudar não cansa, devem ser prazeres como o de assistir à TV. E isso sim é o maior apoio que a família pode oferecer a um filho: cultura e educação. Não acham?
Não é o Ben10, ou Barbie ou outro brinquedo da moda. E sim, deitar na cama com seu filho para ler um livro. Sair para comprar um livro com seu filho. Conversar sobre o livro novo. E assim, propiciar ao seu filho a melhor atitude para o estudo.
Eu sempre repito: o melhor que eu possa fazer para minha filha é educá-la! Não formalmente, mas estimular cultura, leitura e pesquisa.