terça-feira, 4 de setembro de 2012

3 anos de idade

Olá!

Minha pequena Manuela está com 3 anos e 5 meses. Até os 3 anos, a criança está na fase anal, em que internaliza o "não", em que testa o amor dos pais. A relação familiar começa a sofrer mudanças, e muitas mães ficam tensas. eu sou uma delas. Rs.
Manuela adora conversar, detesta ser chamada à atenção. Mas, ainda que escute e seja bem atenta, tem muitos momentos em que quer pular e brincar até causar algum acidente e ser chamada à atenção...Rs.O desafio parece sempre ter sido o de educar com rigor sem o tom autoritário. São duas situações clássicas e extremas, que exigem uma equilibrio fenomenal:
. a mãe que não briga com os filhos, não lhes permitia nem o choro, não os contrariava e cria filhos egoístas, mimados e mau-educados...
. a mãe autoritária, que tolhe, castra os filhos o tempo todo. Repete "não" e não é justa...
Aos 3 anos também começa a criança a passar pelo complexo de édipo ou electra. É assim que os meninos derretem-se pela mãe e as meninas pelo "papaizinho".
Há nas famílias tantos relacionamentos distintos...Os especialistas costumam ressaltar que o pai mostrará ao filho que a mãe dele é sua esposa. E o mesmo fazem as mães com suas filhinhas. Mas, há casais que podem não estar muito bem e isso refletir nessa fase...
No caso das meninas, a criança percebe que a mãe é a esposa do pai dela. Mas, também, ela se identifica com a mãe em sua feminilidade. Trocam de maquiagem a bijuterias e cremes etc. É uma fase fundamental, certamente. Cabe aos pais, a partir de seu relacionamento, cuidar de questões enormes para a criança: Amor, modelo de família, relacionamentos, sexualidade etc.
De uns tempos para cá, Manuela constantemente apela para o relacionamento dela conosco. Ela gosta de destacar que ama o pai. E então, brincando comigo, diz que me ama, também. O tom é distinto, a emoção que ela sente é diferenciada e é natural que seja. Recentemente, a mãe de uma coleguinha da Manuela contou que ficou muito triste porque a filha só parecia gostar do pai, e na escola conversaram com ela sobre o complexo de electra.
Quando eu chamo a atenção de Manuela, ela diz "não sou mais tua amiga". Isso nunca foi dito ao pai dela, que é até mais rigoroso do que eu. Significamos diferentemente para ela. E quando brincamos juntas, ela repete que é minha amiga. E me beija. Rs.
Há a repetição entre especialistas de que o pai ausente, que não liga para essa questão da filha, deixa-a despreparada para sua vida amorosa fora de casa. Em casa, com os pais, a criança vê e também constrói para si a imagem de relacionamento homem e mulher.
A menina primeiro ama a mãe, depois descobre o amor do pai. Rivaliza com sua mãe, que mostra ser a companheira dele. A filha, então, lida com o pai e ao mesmo tempo com a relação que ele tem com sua mãe. E também, lida com sua mãe. Identifica-se ou não com ela.
Se a filha percebe na mãe uma passividade em relação ao pai, insegurança e um pai que reforça isso com um comportamento não muito atencioso ou moralmente duvidoso para com a esposa, a menina pode tornar-se uma mulher muito insegura...
Uma mãe possessiva demais, que deixe a criança sem espaço para lidar com seu pai, pode acarretar uma adulta competititva, possessiva...
O complexo não superado...
A criança vê pai, mãe, seu relacionamento e isso reflete a forma como ela se vê. E o importante está em como ela se vê: Interessante, desinteressante, segura, insegura, desejável ou não. Muita imagem a construir nas crianças até os 6 anos.
E tem menina que escuta a mãe falar mal do marido a vida toda...Desde pequenina.
Que escuta a mãe defender o machismo, submeter-se a isso...Traições, insinuações...
Que cresce morando na casa dos pais e sendo cuidada quase que exclusivamente pela mãe...
Um bom companheiro não será necessariamente um bom pai...Não há como separar o homem companheiro do homem pai do seu filho...
E quando percebemos amigas, conhecidas ou mesmo aquelas garotas que nem temos amizade em cada relacionamento...Com homens que mal tem condições de ser companheiros, imagine pais...Quando só se envolvem com homens problemáticos, homens que não as assumem, que não as respeitam...E elas poderiam ter relacionamentos completamente diferentes...
Crescer é um constante: fazer igual ou recusar-se a fazer igual à mãe...Não concordam?
Beijos
Gilda