terça-feira, 29 de novembro de 2011

Apressamento cognitivo

Oi!
Vamos por partes, que hoje o assunto é grande, mas muito importante!
O ensino fundamental era obrigatório a partir dos 7 anos. Assim, a criança podia alfabetizar na escola ou não. Eu, por exemplo, fui alfabetizada por uma professora particular, próxima à minha casa. Entrei no ensino fundamental aos 7 anos.
Mas, quem quisesse, podia alfabetizar seu filho na escola, nas turmas chamadas "alfabetização".
Alguns anos atrás, os especialistas em educação se envolveram nessa questão, e achou-se por bem que esse processo deveria ser feito obrigatoriamente na escola. Assim, a alfabetização passou a chamar-se primeiro ano e o ensino fundamental passou a somar 9 anos, ao invés dos 8 anos. Assim, simples!
Eu apoio a mudança, até porque ela já acontecia com a maioria absoluta das crianças nas escolas particulares. Não entendo o motivo de tanta matéria "jornalística" falando de polêmica! Afinal, a escola ensina O que é adequado a cada idade, e não seria com a mudança que isso mudaria, que nossos filhos iam ser submetidos a uma educação exagerada...Aiaiaiai...
Claro que sempre tem opiniões de especialistas divergentes, salve a democracia, mas, ainda bem que a política educacional nacional está bem orientada. É só lembrar que tem gente defendendo a agressão física disfarçada de palmada por aí...Né? Então...
Bem, esse mês, um segmento de pais obteve uma vitória...Aceitou-se que crianças com menos de 6 anos, mas que já tenham feito 2 anos de pré-escola, ingressem no ensino fundamental.
Isso, gente, não é novidade alguma na prática. Os colégios estão mais do que acostumados às mães que acham que seus filhos devem ingressar na escola logo 1 ano adiantado...Eu vi isso acontecer, vocês viram...Mas, por que isso já?
O início da vida escolar ocorre aos 6-7 anos por motivos vários. Desenvolviemnto ocular, auditivo, percepção espaço-temporal da criança, lateralidade, abstração, maturidade etc. Por isso não se começa a vida escolar mais cedo, porque o desenvolvimento sensorial, motor, psicológico é um processo e demanda TEMPO.
No fundo, para justificar o adiantamento da vida escolar em uma criança, deveria haver uma boa avaliação multidisciplinar. Caso contrário, é o que se chama na psicopedagogia de "apressamento congnitivo" da criança...Isso é bom? E vocês já viram apressado fazer alguma coisa direito? Rs.
Manuela nasceu em 18 de abril. Em 2015 completa 6 anos. Logo, pela regra atual, ela estaria de fora do primeiro ano em 2015 porque não aniversaria até 31 de março. Só entraria no primeiro ano em 2016, ano em que logo completaria 7 anos.
Mas, como ela já está na pré-escola, e nas escolas particulares a flexibilidade é grande, em 2014 ela deve começar o primeiro ano. Entraria com 5 e logo completaria 6 anos. Ruim? Não sei, tendo em vista a idade de 6 anos e a idade próxima: abril e, também, tendo em vista seu desenvolvimento global.
Quem me dirá isso? Um oftalmologista, a professora da pré-escola, uma avaliação psico-motora. Ué, Gilda, por quê? Porque o apressamento cognitivo é mais prejudicial do que benéfico...Além de pular etapas na vida da criança, mais adiante pode trazer várias dificuldades emocionais e fisiológicas à mesma.
Seu filho já lê aos 5 anos? Hum...E os olhinhos dele, já levou ao oftalmologista para ver? Sim, porque o processo de alfabetização não é arbitrário. Ocorre porque médicos e pedagogos - os especialistas sabem como se dá o processo de desenvolvimento dos olhos no ser humano e como deve ser o processo educacional da criança em cada fase...Antes da idade recomendada, há prejuízos à saúde da criança...
O que mais se vê são salas de aula com um número cada vez maior de crianças com óculos. Fora as questões hereditárias, a oferta de livros inadequados às crianças tem exigido cada vez mais de seus olhinhos, ainda em desenvolvimento...As letras devem ser enormes, páginas com mais imagens do que frases...Mas, as crianças tem forçado os olhos bem antes de ir à escola...Observem sempre a indicação etária do livro, porque as letras e frases correspondem a uma proposta educativa, sim?
Sobre o tema, a revista crescer já tratou:
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI16892-15153,00.html

Leiam o artigo abaixo, muito claro!
http://www.abpp.com.br/artigos/50.htm

E o Dr. Drauzio Varella, que texto bom!
Ele recomenda que um oftalmologista consulte seu filho recém-ascido, depois, aos 6 meses, e depois aos 3 anos! Contem isso aos amigos, é sempre bom dar boas dicas, não é mesmo?
Início do ano que vem, Manuela já vai para o oftalmologista!
http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/os-olhos-das-criancas/

Achei muito importante o Dr. Drauzio informar acerca da televisão e do computador. Que bom que não fazem mal mesmo, afinal, eu gosto muito de sentar diante da tv e assistir a um desenho animado com minha filha. Ela adora esse mundo colorido! O cuidado com os excessos se deve mais à vista cansada...Isso causa desconforto, dor, irritação...Vale muito a pena orientar o filho para fazer várias coisas durante o dia e não só assistir à tv ou brincar no computador.
Mas, o pediatra da Manuela sempre pergunta sobre minhas percepções acerca da visão de Manuela, que considero excelente. Mas, pensando melhor, é incrível que não façamso avaliações médicas específicas para os olhos de nossos pequenos, não é mesmo?
Preste atenção ao seu filho, epsecificamente. Ele tem segurança para ser o caçula da sala de aula? Manuela tem um amiguinho que só completará 2 aninhos em dezembro...Como assim, ele na sala com todas as crianças já com 2 anos há tempos? Mas, ele é experto, demais, vivo, inteligente, e no início do ano quem corria na sala de aula eram ele e Manuela...Rs...Entendem? Conheço pessoas que odiaram sempre serem os caçulas da sala, nunca fizeram amizades fortes com os colegas de classe...
E as meninas, não passando pelos mesmos momentos biológicos das amigas? Das mesmas questões?
Desde que nascemos buscamos identidade com os outros...Isso é prejudicado ou não? É algo a ser muito bem pensado. A professora da Manuela sempre me diz que não concorda com esse pulo de etapas da criança...Então, vamos refletir sobre isso antes de querer que nossos filhos sejam os mais novos na sala de aula, como se isso fosse já por si um mérito, um traço de maior inteligência?
Continuarei o tema!
Beijos,
Gilda

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