Na primeira consulta ao segundo obstetra, ele contou-me uma lenda, mas em tom de verdade científica...Rs...Disse-me assim: os dois partos tem prós e contras. No parto normal, é mentira que os músculos da vagina voltem ao normal, não voltam e depois dá incontinência urinária...A conversa seguiu, mas o tema desta postagem é justamente o aspecto sexual da gravidez. Me perguntaram se eu havia escrito aqui sobre isso e, de fato, eu não escrevi.
Minha gravidez não foi planejada dentro do casamento. Íamos começar a tentar engravidar esse ano de 2009. Mas, não posso me valer de outra lenda: a de que engravidei tomando pílula. Rs. Essa lenda é antiga, né? Rs. Quando ouço uma mulher dizendo que engravidou tomando pílula logo penso: eles não planejaram, ela não quer que ele pense que ela pode ter engravidado de propósito, ou seja, ela está usando isso como justificativa para o casal.
Mas, também pode acontecer da causa estar omissa na frase: sim, tomando pílula, mas errando o horário e esquecendo ocasionalmente de tomar alguma das pílulas. Ah! Aí, sim! Rs. Mas, do jeito que é contado, parece lenda. Rs.
Mas, não, não. Eu tirei a pílula porque estava fazendo reeducação alimentar e queria parar a pílula um pouco, afinal, há a lenda de que a pílula retém líquido, apesar de haver muita opinião divergente sobre isso. Fiz tabelinha e camisinha, mas vacilamos, segundo meu cálculo uma única vez, e a Manuela foi muito esperrrtaa. Rs. Com razão, pois na natureza os mais espertos, inteligentes e rápidos sobrevivem, né? heeheheh.
Mas, eu quero voltar lá para a primeira lenda, contada tão compenetradamente pelo obstetra. A do estica-e-não-volta. Rs. Pois bem, a incontinência urinária é ocasionada por problemas no períneo. Vocês sabem o que é o períneo? Eu só soube mesmo quando engravidei.
O períneo é uma região que fica bem na pelvis e existe em homens (do saco escrotal até o ânus) e mulheres (da vulva até o ânus). O períneo se sensibiliza muito na gravidez porque, estando abaixo do útero, suporta seu peso durante a gravidez. Pela lógica, bebês muito pesados comprometem muito o períneo. Então, uma lenda caiu: a de que só tem problemas de períneo quem faz parto normal. Nada disso! Os bebês enormes, acima de 4kg prejudicam enormemente a região perineal e futuramente poderão causar problemas naquela região.
Atividades físicas em excesso, peso em excesso, muito tempo em pé carregando peso, tudo, tudo exige muito do períneo! E podem causar a dita incontinência. Algumas mulheres já me disseram terem tido mais de uma gravidez com bebês acima de 4kg e culparam o parto normal pela incontinência...Acreditamos no que queremos, afinal, não é mesmo?
Pois bem, imaginem alguma mulher que não faça atividades físicas com frequência, engravide, engorde mais de 15kg, e o bebê ainda nasça com 4kg ou mais...Se o períneo dela aguentar, ele é um super períneo! Rs. Não precisa nem tudo o que eu listei acontecer para o períneo já ficar bem prejudicado...
Pois bem, imaginem alguma mulher que não faça atividades físicas com frequência, engravide, engorde mais de 15kg, e o bebê ainda nasça com 4kg ou mais...Se o períneo dela aguentar, ele é um super períneo! Rs. Não precisa nem tudo o que eu listei acontecer para o períneo já ficar bem prejudicado...
Mas, enfim, o bode expiatório é o parto normal...
A episiotomia - corte cirúrgico da região que fica entre a vagina e ânus, realizado durante o trabalho de parto, teve sua justificativa na prevenção de danos ao períneo e futura incontinência urinária...O pior é que estudos mais atuais já mostraram que a episio não consegue ser preventiva...Mas, tem muito médico que saiu da faculdade há pelo menos 10 anos e não se atualiza de jeito nenhum e continua defendendo a episio...
O fato é que muitas mulheres nunca voltaram ao normal após a episiotomia...Cortes enormes e profundos, que causam desconforto para o resto da vida são realidade...difícil de engolir, mas real...
O que os médicos voltados para o respeito à mulher e ao parto tem decidido é a condução do trabalho de parto conforme o próprio corpo da mulher. Nada daquele absurdo de "empurra, empurra!!".
Pelo ritmo do corpo as eventuais lesões são muito menores, pois não há força excessiva, não há agressão ao corpo com cortes indevidos. No meu caso, o médico pediu pra fazer força 2 vezes e mandou parar porque a Manuela já nasceria só com a força da contração. E ele só me mandou fazer força porque as contrações tinham ficado muito fracas naquele momento (por causa da analgesia).
Eu sofri uma pequena laceração, corte superficial causado pela passagem da Manuela. O médico deu um pontinho e eu não senti nada, nem um dia, até hoje!
Enfim, eu estava no terceiro obstetra, ia ficar muito frustrada se não conseguisse o ritual e o respeito que eu esperava para o meu parto. E eu consegui encontrar um profissional humanizado, só assim pra parir, minha gente! Rs.
Como eu já havia perguntado a algumas pessoas que haviam tido filhos de parto normal (o que é bem difícil hoje em dia!) se tudo voltava ao normal, afinal, eu esperava estar super bem após o parto e foi o que aconteceu. Nas primeiras semanas sentia o local do ponto sem elasticidade, não incomodava nada, e, ao fim da quarentena aquela sensação já havia desaparecido.
Continuarei o tema na próxima postagem, esse texto já está enorme e ainda tem mais pra contar!
beijos
Gilda
Nenhum comentário:
Postar um comentário