domingo, 29 de março de 2009

O exercício da fragilidade...

Quanto uma pessoa precisa para sentir-se forte, firme, segura?
Talvez não muito mais do que um currículo bom, empregos bons, perspectivas promissoras,
bons amigos, um relacionamenteo estável.
Mas, o que é suficiente para sentir-se frágil?
Desde que engravidei leio mil informações utéis de um site entre grávidas e mães. E, hoje, uma das mães perdeu seu bebê, que lutava para sobreviver desde o nascimento. Um problema no intestino, que prolongou-se por mais de mês, umas duas cirurgias, e uma derrota hoje...
Confesso que a notícia da morte do pequeno me chocou, fiquei bem triste, porque penso que a única experiência que pode fragilizar o ser humano é a morte. Não só a morte física, mas a morte, o fim, o término, a derrota a que estamos expostos, eventualmente.
É só pensar como esquecemos detalhes de nossas vidas, mas sempre nos recordamos dos fins dos namoros, das decepções amorosas, das amizades desfeitas...O fim é uma experiência chocante em nossas vidas. O que fazer com essa vontade que nós temos de que nada se acabe?
Tem gente que, inclusive, não sabe superar "o fim" de alguma coisa. Não que a coisa finda lhe faça mais sentido hoje, mas que "o fim" da coisa poderia ter sido assim ou assado...
E como entender nossa continuidade, quando o fim de outras pessoas impressiona mais do que a própria existência?
Fragilizar-se é, também, entregar-se ao outro, pondo um fim a um pouco do que você mesmo é.
É um dar-se, acabar com algo em você e entregar ao outro. E é essa sensação de perder um pouco de si, de sentir-se frágil que choca, assusta, amedronta...
A gravidez é uma experiência diária de fragilizar-se, dar-se ao outro e começar a ter medo de qualquer fim.
Boa noite
Gilda

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